segunda-feira, 5 de maio de 2008

A Arte de Pular o Muro

Stephanie Avelar

Rabiscos, apelidos, desenhos e a aparente “sujeira” que costumava cobrir os muros de toda e qualquer cidade foram dando lugar a uma nova arte, o grafite.

Inicialmente restrito aos “grandes murais” das ruas e esquinas, o grafite foi ganhando o seu espaço e hoje é uma tendência na decoração de lojas e apartamentos.

“Quando se descobriu que qualquer superfície aceita bem a tinta, acabou-se com qualquer fronteira que existia. Seja de classe social ou local de trabalho. Já pintei quarto na favela, sala de playboy e fiz logo na sala de entrada de uma agência de comunicação”, conta o designer e grafiteiro Lui.

A nova arte cresceu e apareceu. Das ruas para as casas foi um pulo. E entre esse salto, não faltaram exposições, encontros e conferências sobre o melhoramento e aprimoramento do Grafite.

"O grafite se transformou em uma arte que hoje conta com profissionais especializados e preparados exclusivamente para realização deste tipo de trabalho. Usando tintas, sprays e stencils cada vez melhores, este é, sem dúvida, um segmento que não vai parar de crescer”, analisa o arquiteto Marcelo Braga.

As ruas não deixaram de ser as queridinhas dos grafiteiros, mas ao invés de ser sua única opção, passou a ser um grande outdoor, a melhor opção de divulgar seu trabalho; “Na rua qualquer um te observa. Comecei no grafite sem imaginar ganhar dinheiro com isso e até hoje gosto de fazer minhas artes por prazer, o que é o caso do que está na rua. E são nessas horas que rola uma oportunidade de alguém te ver pintando e te chamar pra fazer na casa ou no estabelecimento que possui”, explica Lui.

Grafiteiro, designer e dono de loja, Marcelo Macedo explica que a personalização de um ambiente, podendo ser transformado em algo que tenha a “cara do dono” é o maior motivo dessa expansão. “Se você curte o estilo de um determinado artista, acha que ele pode fazer um desenho que supra sua imaginação e ainda por cima pode levar isso pra dentro da sua casa por um preço acessível, porque não fazer?”, decreta Mack, como é conhecido no meio do Grafite.

“Quando uma pintura vem pra somar, será bem-vinda em qualquer lugar. E as pessoas estão reconhecendo isso”, finaliza Luiz Azevedo, o Lui.

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